quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Singularidades off sporting #1 - As redes sociais

Facebook, twitter, instagram, vine, etc... são as redes sociais que hoje em dia condicionam o teu nível de “sociabilidade” ou não. Se não tens facebook, não existes. Os amigos que se têm nessa página, são, muitas vezes, pessoas que até podes conhecer de à milhentos anos atrás, mas que provavelmente na rua já nem cumprimentas. 

As coisas que pões lá definem como te queres mostrar para os outros. Estás triste: pões uma música deprimente com uma legenda com a frase mais deprimida de toda essa música deprimente. Estás feliz: pões uma fotografia super feliz. Estás triste, mas queres mostrar ao teu ex-namorado/a que estás feliz: põe uma fotografia na noite e rodeada de amigos, como se nada te importasse e não tivesses a chorar passado 5 minutos porque o álcool te subiu a cabeça.

O facebook, infelizmente, é como as tatuagens. Um amigo meu costuma dizer, e bem, “por muito que as pessoas digam que não, as tatuagens não são feitas para a própria pessoa ver, mas sim para transmitir algo ao mundo sobre o próprio”.  E até podem estar a pensar “mas o facebook não é tão permanente como uma tatuagem”. Ah, mas é. Aí é que se enganam. A internet é pior que uma tatuagem. A tinta na tua pele tu mostras a quem queres. Já as coisas virtuais passeiam-se por lugares que tu próprio desconheces.

Quantas vezes não ouvi já pessoas reconhecerem nomes por terem visto o perfil deles, ou quantas vezes não ouvi já falar mal de outras pelas fotografias que têm ou não lá? Não digo que eu não, vendo bem, talvez eu mais que ninguém. Isto de viver sozinha em Madrid durante quatro anos fez-me passear muito pelo mundo virtual. Mas agora estou a chegar à triste conclusão de que isso não contribui em nada para o meu intelecto. E o meu intelecto há que dedica-lo ao que realmente interessa.

Perde-se demasiado tempo a falar, a passear, a ver, a partilhar coisas no facebook, sem se ter noção de que podem estar a fazer exactamente o mesmo com o teu perfil. Dizer mal, dizer bem, comentar a fotografia, ou a partilha, contar histórias sobre o que se ouviu da pessoa, que muitas vezes nem são verdade. Às vezes, até grandes telenovelas se criam à volta de posts ou comentários.

Em Lisboa, goza-se muito com aquelas aldeias do interior do país. Que os jovens de lá não têm nada para fazer portanto começam a fazer sexo em idades muito precoces. Isto aqui é apenas uma aldeia em ponto grande, em que não se tem nada para fazer portanto fala-se.

Apaguei o meu facebook não por revolta do que as pessoas dizem de mim, se não, nem um blog teria. Apenas decidi, com muito orgulho de mim própria, passar a viver mais as coisas e pessoas que realmente posso ver e sentir, que os perfis e comentários delas.


(Agora vamos ver quanto tempo é que isto dura......)



1 comentário:

  1. Dura o tempo que quiseres... apaguei o meu Facebook há 6 meses e vivo bem melhor assim.

    E quem está fora percebe como é doentio, e como o Facebook domina a vida das pessoas.
    Em todas as ocasiões que me junto com amigos surgem sempre os momentos na conversa que alguém diz "viram o que X pôs no facebook?", "não-sei-quem enviou-me um convite por facebook..". Ou então a melhor parte é quando te dizem "ah pá, esqueci-me de te convidar para o meu aniversário, a culpa é tua já não tens facebook...". Eu já recebi mensagens a perguntar por que razão não estou em determinada festa (quando a festa está a decorrer), e eu respondo "não soube de nada, nem recebi convite", e as pessoas espantam-se. Já ninguém sabe os aniversários de ninguém. Já ninguém convive com ninguém. A sociabilidade resume-se a colocar "cenas porreiras" no facebook, a meter likes.
    Uma pessoa vai a qualquer lado, e há logo um parolo que tira uma fotografia para espetar no facebook para toda a gente ver. Aquilo tornou-se uma intrusão na vida pessoal de cada um. Eu próprio passei a não tirar fotografias com ninguém, porque as pessoas depois colocam no facebook sem pedir permissão ou sequer avisar, e não percebem o alcance que meter coisas na internet tem.

    A malta precisa é de sair de casa, e beber uns copos, conviver, sem andar a fazer diários na net

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