quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Ainda não foi desta...

Hoje o dia passa mais devagar. Se ontem foi uma roda-viva de emoções, hoje é um dia triste, sem graça, e de vitimas de bastantes comentários, mensagens, e gozo.

Aqueles que no ano passado diziam que jogar contra o Sporting não lhes fazia diferença, este ano o medinho e o respeito voltaram, pelo menos antes do jogo. No ano passado, até diziam “eu tenho pena do Sporting”, “quero que o Sporting volte”, “o nosso inimigo é o porto”. Este ano nunca os vi tão contentes por nos ganharem, porque o medo, o nervoso e a duvida estava lá antes de soar o apito.

Não estivemos à altura. Não estivemos à altura de um derby. Jogamos mal, sem meio-campo, sem pose de bola, ter lá o Piris ou não ter dava exactamente igual (vai na volta ainda seria melhor não ter), o Dier não serve para isto, a equipa em geral estava nervosa, e as decisões não eram tomadas com cabeça. O estilo de jogo foi arriscado, e talvez tivesse funcionado no domingo, com o factor surpresa. Mas não funcionou ontem, e espero que não se volte a repetir. Acho que Slimani não deveria ter saído, já que apesar de não fazer grande coisa (como ninguém andava a fazer), sempre fazia mais que o Montero. Adrien exagerou na brincadeira das fintinhas, parecia que tinha o timming desfasado daquilo que era logicamente obrigatório na hora de passar a bola. O que não estava nada à espera, era que o melhor em campo do Sporting, fosse o recém-chegado Heldon. Mexia-se bem, as poucas bolas que ganhávamos eram com ele, e a bola chegava lá a frente, o pouco que chegava, com ele. E sim, por muito que me custe, confesso que o Carrillo fez uma certa falta.............

Não sei em que momento me apercebi que não íamos sair dali com uma vitoria. Não sei se foi no minuto 2 ou no minuto 3, mas aos 82 minutos fazemos o primeiro remate, e deixa-me então com um pouco de esperança (?). Fomos ridículos, e fomos humilhados, mas também não podíamos estar à espera de mais. O nosso problema sempre foi não termos banco, e realmente, para os jogos com os pequenos até nos safamos, jogamos bem, e sem outras competições onde participar, em principio não era necessária tanta preocupação com o banco. Mas lixamo-nos, no momento em que o amarelo foi mostrado ao William, e no momento em que Jefferson levou uma cacetada do outro mundo. É uma chatice, e eu bem disse que não devíamos ter medo, porque éramos uma equipa e não um jogador só. Mas estes jogadores, para além de terem uma importância a nível de jogo, a sua ausência impôs uma pressão sobre o resto da equipa.

Apesar de tudo, tal como ouvi ontem pelo cortejo “nunca se perde quando se é do Sporting”. Embora achasse que é um pouco discurso de perdedor, mais tarde percebi o que ele queria dizer com isso. Foi uma tarde memorável na qual mandei calar lampiões, obriguei os senhores dos bares da lixeira a esconderem o cartão que levavam ao pescoço que dizia “o benfica és tu”, torci o pé, fiquei sem pernas, perdi a voz, vi o Ricardo Esgaio pelo caminho, e conheci pessoas de uma família da qual vale a pena pertencer. Fui sozinha, pois os meus amigos sportinguistas não aderiram à deslocação, e fui fazendo amigos ao longo do cortejo e jogo.


Ser do Sporting não é ser sportinguista quando dá jeito, quando sabe bem, quando ganhamos. Ser do Sporting vive-se no dia a dia, ser do Sporting não é explicável, não é racional, não é lógico. É ter nascido com sangue verde e branco e, sem justificações, dedicar-se a esse clube a 100% mesmo quando perdemos tudo. 

Ser do Sporting é encher o estádio no próximo sábado, e mostrar que somos os melhores adeptos do mundo e não nos deixamos abater por dois jogos menos bons. 

3 comentários:

  1. Assim é que é... tu personificas o que é ser sportinguista. Sobre o jogo... nem vale a pena falar.

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  2. não conheço outra leoa com a tua garra....E adoro ler os teus escritos, pois neles transparece a inteligência que tens e deve ser muita. Tenho "pena" de não te conhecer pessoalmente, porque certamente conheces mais sexagenários...Continuarei aguardando pelos teus escritos!

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